sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

O nome da Olga

Confira mais um trecho das memórias de Olga Nedel Schlatter:

"O nome OLGA.

Fui chamada de OLGA, em homenagem a minha tia-avó OLGA ENGLERT, irmã do meu avô Luiz Englert. Nós a chamávamos de ODADA.

Ela era uma senhora solteira, rica, muito culta e viajada. A Família Englert morava em uma mansão, a VILA OLGA, situada no bairro Moinhos de Vento onde hoje é o Jardim Cristófel. Esta casa era rodeada por um grande jardim e possuía uma cancha de tênis cujo esporte a tia Olga praticava. Também a Família Alberto Bins possuía ali uma bela mansão.

A casa dos Englert pegou fogo certa ocasião, devido a fagulhas vindas da caixa d`água que caíram sobre o telhado. A casa ficou totalmente destruída de tal maneira que minha mãe, então uma menina em idade escolar, foi abrigada pelas Irmãs Franciscanas que possuíam uma casa e pequena escola, o Colégio Bom Conselho, onde minha mãe estudou.

Em nossa casa da rua Garibaldi ficaram guardados alguns copos de cristal retorcidos que foram retirados dos escombros.

Lembro-me desta tia Olga, já idosa, que morava no Sanatório São José, em São Leopoldo, pertencente às Irmãs Franciscanas, a qual visitávamos aos domingos. Lá visitávamos o tambo de leite e brincávamos no pátio interno onde havia uma ala de belas palmeiras e sempre batia um vento à tardinha.

A tia Olga, quando vinha a Porto Alegre, ficava em nossa casa na Rua Garibaldi.. Ela era quase surda e usava uma espécie de fone no ouvido que possuía um bocal na ponta de um fio de extensão e no qual tínhamos de falar bem alto. Ela também entendia muito coisa , “lendo nos lábios”, como se dizia. Como minha avó Malvina também não escutava muito bem, acostumei-me a falar alto e devagar como falo até hoje, o que foi muito útil para a minha profissão de professora de Língua Inglesa.....

A Odada era muito religiosa. Lembro-me de uma ocasião, quando estava conosco na Rua Garibaldi, ela queria presentear um sobrinho neto com um livro e pediu para minha prima Ellen comprá-lo. Quando examinou o livro que tratava de uma história de índios com ilustrações, não gostou dos índios nus e então mandou minha prima pintar com tinta um calção nas figuras indecentes...."

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